quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As folhas Que Caem




Há folhas que não ostentam tanto orgulho próprio e se contentam em cair no chão. \Talvez na entrega de pensar que  esse é o destino humilde de uma folha que cumpriu seu papel fielmente (seja esse qual for), ou simplesmente na humildade de crer que caindo sobre a terra virá a concretizar a esperança de colaborar para que a vida continue, adubando aos pés da sociedade (de folhas) a qual pertenceu.
Sou honesto em dizer que gosto mais das folhas que se apegam a esse tipo de fé. A fé que é pela vida. Chego a dizer até que é porque não só brota a esperança às arvores mas também em meu coração, em me ensinar a crer que vale a pena a vida e até mesmo o seu fim.
No entanto, como saber que folha é do primeiro tipo ou do segundo? Olho aos pés da imponente árvore e só o que vejo são folhas... Caídas, prestes a morrer, já secas e deformadas, silenciando rumo à morte. É nesse emaranhado verde-amarelo me é impossível dizer que folha creu até o fim ou qual finalizou a fé...
Mas não me nego a certeza que minha fé sinonimiza em saber que ao menos uma, umazinha, foi uma mártir pela sua causa. Isso é lindo e ao mesmo tempo triste...
Lindo... E triste... Porque tantas se entregaram tão inteiramente pela vida e ali, aos meus olhos pleiteando por sensibilidade, são confundidas, escondidas e misturadas a aquelas que caem para nunca mais serem. 
E mais triste se torna meu ser em saber que isso pode ser muito bem uma metáfora versando sobre aqueles que derramaram sangue pela fé, pela vida, e agora jazem sob a mesma terra e o mesmo peso do tempo e seu filho esquecimento, que aqueles que simplesmente nada fizeram por nada...
Oh quão dolorido pode ser uma folha... Mas meu coração, pulsando verde seiva não apaga a minha crença de que chegará o tempo em que a terra entregará a honra daquelas folhas que foram fieis até o fim. A folha que nasce pela folha que cai perpetua a vida, a viva esperança de glorias futuras e pelo esforço dessas é que o fruto de seu trabalho será vindo em tempo oportuno.
E aí não há como negar... È certo que todas regaram as raízes mas só aquelas que fizeram pela diferença poderão ser lembradas e sorrir na vida das novas folhinhas verdinhas e altas do chão. Às indiferentes seja a indiferença e saiba, aindiferença é tão pobre e infeliz... Às mártires a vida... e eis que posso sorrir.
No final, essa metáfora é linda (mais do que triste), e vai estar guardada em meu coração junto com a folha que me acaba de cair nos cílios. Tamanha delicadeza de Deus...
Seja feito assim na terra como no céu...

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