quinta-feira, 31 de março de 2011

Liesel - The ‘Life’ BookThief


 

The Book ‘Life’ Thief


Ela não curou o mundo, mas ela o abraçou com suas mãos. As mesmas que roubaram livros. As mesmas que pegavam as essências e guardava na mente para um dia descobrir o sentido, tal como fazia com as palavras que não conhecia. Se você não a conhece permita lhe contar que seu nome é Liesel Meminger: a garota que a morte guardou o nome, o olhar e o livro.
Parece que não havia impossíveis para Liesel. Por isso suspeito que ela é a esperança que precisamos, o símbolo do que nos traz a paz. Ela fez das circunstâncias difíceis circunstâncias prováveis. Ela sobreviveu nos destroços da Rua Himmel, resistiu aos bombardeios pra Berlim. Liesel é tanta coisa. Talvez ela seja o que precisamos.
Liesel transformou a guerra em história secundaria, mesmo ela sendo o cenário de sua história. Liesel transformou o acordeão de seu pai em alegria da mesma forma que seu pai transformava cigarros em livros. Liesel transformou um porão que seu pai transformou em refúgio em biblioteca e transformou uma biblioteca em refúgio. Liesel ouviu palavras duras de Rosa e entendeu o carinho em cada uma delas.
Mas mesmo sobrevivendo a três encontros com a morte chegou o momento de partir. Mesmo caminhando lado a lado com ela, ela partiu das páginas. Será então que Liesel é toda essa esperança que precisamos, mesmo?
Talvez não. Talvez ela não possa ser a luz, ser o sentido, ser a autora. Mas então quem o poderia ser? Quem poderia enganar a morte e sobreviver e partindo retornar? Quem poderia ser símbolo de esperança para os que se perdem e choram e vivem destroços na sua rua Himmel? Será que alguém poderia transformar circunstancias ruins em boas sem ser tomado por elas? Existe alguém que possa transformar a guerra em cenário mas conseguir salvar aqueles os quais ama? Será que esse alguém existe? Se existisse talvez a morte contasse sua história e ela atravessaria o tempo e seria minha luz, sentido e autora. Você tem, odeia e ama as palavras, mas não é o verbo que conjuga nossa existência.
Desculpe, Liesel, mas você não pode ser, porque no final das contas, você é o que somos, não o que precisamos. Mas, obrigado Liesel por mostrar que Hubermanns, Steiners, Hitleres e Maxes existem. Obrigado pela história. Obrigado por compartilhar o porão, as lágrimas, as esperanças e os livros.

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