Johanah - Eu dançarei quando ela dançar...

Johanah

Sim, ela é alegre.

Pergunte a ela e verá ela sorrir e dizer que a vida é um dom.

Ela não se esconde debaixo de guarda-chuvas quando os céus se abrem, ela não se esconde atrás das cortinas do palco pra chorar, ela não pensa em afogar corações pra esquecer sua dor.

Ela é uma menina de macacão jeans correndo pelos campos esquecidos. Ela salta, ela rodopia, ela grita de felicidade por simplesmente estar respirando. Seus sorrisos são verdadeiros, suas cenas não são cenas e ela não esta fugindo da chuva. Quando a chuva desce ela abre os braços para o céu e começa novamente a dançar.

O vento ama pensar que está a levando. A chuva ama pensar que o som de suas gotas batendo no telhado da casinha esquecida no meio do nada é a canção que ela está dançando. O campo alto de trigo balança de um lado para o outro pensando que ela dança é com ele e o chão estremece toa vez que depois de um salto seus pés toca-o novamente.

Você não pensa em perguntar quem é ela. Você não se interessar em saber qual é o seu povo e de onde vem. Você não esta nem aí se é uma menina do Texas ou de Carolina do Sul.  Você só sabe que quando ela dança você também quer dançar.

Você quer dançar porque você passou tempo demais preso dentro de suas prisões e sofrimentos e ali você vê os lábios daquela menina se mexerem sussurrando ‘liberdade’.

Você quer dançar porque você carregou guarda-chuvas enormes pelas ruas da cidade com temor da chuva e agora a menina diante dela agradece com braços aberto aos céus.

Você quer dançar porque você resumiu a vida em um palco, em uma pessoa distante, em um momento que já se foi e agora vê aquela menina não esperando aplausos ou suprir a dor da realidade. Ela só está feliz, é isso. Por incrível que parece é só isso mesmo.

Você quer dançar porque você passou tempo demais sendo sufocado por pensamentos angustiantes, relembrando suas fraquezas e falhas, mas aquela menina salta sobre obstáculos e não há nada que a prenda no chão.

Você quer dançar e isso é o máximo. Você que sempre simplesmente aplaudiu, você que simplesmente vestia terno e gravata, você que sempre fechou os olhos para as cores e amava as colidas de concreto que te cercavam. Agora, no meio deste lugar desconhecido, deste campo quase vazio você quer dançar.

A menina é Johanah. A graça de Deus. A graça de um Deus gracioso. A graça que quer com seus passos inusitados e incompreendidos te mostrar que você não nasceu pra pertencer à dor, que sua vida não é um teatro para que pagantes assistam, que há um lugar melhor pra você do que você espera.

E mesmo Johanah não sendo aplaudida como Hannah, ela sabe que a vida é um dom. Novo a cada dia. Mesmo não sendo tão amada como Betty, ela é tudo o que pode ser e sem se esconder. Mesmo não sendo como Lana, ela não se esconde do que o céu a oferece.

Johanah é só Johanah. A Johanah que dança pra ver um sorriso no rosto de seu criador. Ela não engana os corações e não alimenta falsas esperanças. Ela não quer seu coração em suas mãos. Ela quer que você dance com ela. Vindo como estás.

Sabe? Eu preciso dançar com Johanah. Meu coração tem feridas que só dançando com ela sei que vão se fechar. Meus pensamentos se confundem e só dançando com ela vou encontrar respostas. Eu alimento esperanças mas só dançando com ela que poderei transformar vontade em fé.

Talvez você não conseguiu ver ela dançando nas ruas e páginas de sua vida. Agora estou te apresentando ela. Dance com ela. Se permita. Deseja como ela ver um sorriso na face do criador.

Não se desespere, não se conforme com pouco, não se satisfaça com aplausos, não desista de viver e se afogue, não entregue sua vida a esperanças falsas e não compre com fome. Quando você resolver entender que esta vivendo e lembrar porque vive, Johanah vai estar ainda dançando e eu quero e espero de todo coração que você se junte a nós nesta dança...

fim.