terça-feira, 5 de abril de 2011

Sem criatividade hoje...

Até eu pensar em algo bem pra voltar a postar, resolvi por hoje no blog um texto que eu fiz a algum tempo. Um texto de aniversário e que fala de um prólogo tbm.
Por favor.... Sintam-se a vontade para meditarem sobre a vida.... kkkkkkkkkkkkk










1_ É um prefácio... E é um menino!

Profecias antigas acompanham a concepção de algumas pessoas e tornam a vida um palco mítico onde a existência é uma realização. Há vezes em que as profecias são mais científicas: “Seus exames não acusaram nada de errados, você  não tem um tumor no cérebro nem a rara glomerulonefrite crônica de Bright. Seus sintomas se explicam no fato de você está grávida. Parabéns... mamãe!!”. Ás vezes o mistério da geração de uma vida pode vir até como algo colorido e emocionante, tipo... um teste de gravidez de farmácia. “Azul, ai meu Deus... Ai meu Deus, azul... Não pode ser!!! AI MEEEU DEEEEEEEEUS (Desmaio)”. Mas a formação de um novo ser sempre traz a esperança de sonhar com uma criança que poderá transformar o mundo.
Não foi diferente nos oito meses que antecederam o dia  22 de janeiro daquele ano. Sonhos, planos esperanças tudo pra aquela coisinha que brotava, crescia e chutava a barriga da Sra. Mamãe. Era uma série de mistérios tão simples unindo aquela família.  A criança tinha fome, Sra Mamãe estranhas fomes, Sr Papai encarava tudo bem. A criança crescia, Sra Mamãe engordava, Sr Papai engordava também. A criança chutava, Sra Mamãe torcia (se torcia), Sr Papai vibrava e torcia também.
E depois de já compradas algumas roupinhas azuis (“É menino, é menino!!”) bercinho, carrinhos, patinhos de borracha e outros brinquedinhos que a criança não vai nem conseguir pegar ou enfiar inteiro na boca e; isso é muito importante, já tiradas aquelas maravilhosas fotos da Sra Mamãe com a barriga de fora com Sr Papai atrás dela segurando a barriga com as duas mãos como se segurasse uma caixa de papelão pesada ou uma jaca, estava na hora do bebê nascer.
Quer dizer, na hora não estava não, não haviam completado os nove meses ainda, mas o bebê achou que tava na hora de mudar de apartamento (aquele já tava meio velho, apertado e sujo) então, se lançou de cabeça, literalmente, para a aventura terrestre num espetáculo único de emoção, anseio, de força, de lágrimas que nós chamamos poeticamente de parto ou parição.
E foi assim após muito esforço da mãe e dos médicos para acudir o bebê a sair e o Sr Papai acordar do chão da sala de parto e terminar o seu filme com a cena do neném no colo da mãe, que nasceu esse garoto. Ele recusou a chorar até a quarta palmadinha do médico. Ele mamou por mais de meia hora e fez gracinha no colo do pai que proferiu a frase entre lágrimas com um tom quase profético: “Seu nome será Filipe”.
Alguns meses se passaram e o Sr papai e Sra Mamãe começaram a reparar que o bebê não era tão normal pra um bebê. Ta, até que enfiar as duas mãos de uma só vez na boca não era tão estranho, nem colocar um pé na orelha, mas chorar quando via Teletubes, não era normal. Criança ama aqueles trocinhos coloridos com clipes escarrapachados na cabeça. Ele só parava de chorar no “ta na hora de dar tchau!”. Além disso ele nem gostava de ouvir as musicas da Xuxa... Nem mesmo as do Xuxucão! Como que uma criança pode não gostar do Xuxucão? E pior, gostava dos programas de luta livre e de ouvir Paramore. E não bastando isso tudo, não podia ver alguma cena tipo “videocacetada” que ria feito gordinho em casa de balas.
No entanto, entre tantas estranhezas, os pais decidiram que iriam apoiar aquele garotinho. Com o mesmo vigor da mãe quando o pôs pra fora, com a mesma emoção do pai que filmou quase, quase  tudo no parto e com o mesmo amor daqueles que sabiam que não importam tanto as profecias ou a marca do exame de farmácia, mas o amor que uni a família e a alegria que aquele pequeno ser trazia, que a manteria unida numa série de mistérios tão simples: O bebê chora, Sra Mamãe acorda, Sr papai não. O bebê se suja, Sra Mamãe o limpa e Sr Papai corre. O bebê emagrece, Sra Mamãe não, Sr Papai continua engordando...
E foi assim que nascia um prefácio, um baú estranho de sonhos e um dos garotinhos mais malucados que já nasceram na face da Terra. Com os pais com um sonho realizado no colo e muitos outros sonhos sendo gerados para aquele bebê de nome Filipe realiza-los. Inclusive o de ele ser um médico conhecido no mundo inteiro que descubriria a cura para AIDS ou que ao menos faria um avanço eficaz nas pesquisas sobre a glomerulonefrite crônica de Bright...
Vai!! Por quê não? Como eu, quer dizer, um sábio costuma dizer: Pessoas normais não transformam a terra. Pessoas loucas transformam a terra...

 

Glossário


Glomerulonefrite crônica de Bright Conjunto de lesões renais de localização glomerular, e que evolui, de modo lento e irregular, para uma insuficiência renal de caráter letal.

Parição - Ato de parir ou reprodução de gado

TeletubesPrograma televisivo de trocinhos coloridos com clipes escarrapachados na cabeça.

Escarrapachados – Segundo o Aurélio “com as pernas muito abertas”

XuxucãoUm cara vestido de cachorro laranjado do programa da Xuxa que faz sucesso entre as crianças e alguns adultos que ficam dançando com ele no especial de Natal da Globo, acredite você ou não.

ParamoreBanda muito doida que canta “You are the only exception…” Fala-se Paramóre (de jeito caipira arrastando o R)
    
 Malucado - Diz-se de alienado mental; doido, louco, que age como se fosse doido; tonto, zonzo ou doidivanas, estouvado, extravagante, excêntrico, esquisito.

Glossário - léxico que figura como apêndice a um alvitre, principalmente para elucidação de palavras e expressões endêmicas ou escassamente empregadas.



Obs: os textos com excessão de Bandeiras de Brooke e Menina dos fósforos são de minha altoria, sim. Não discutam!

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